Um artigo saido no Público:
Numa altura em que se fala o Komboyo dos Lokos e na importância das Associações como fortes instrumento de intervenção no combate pela inclusão social:
Especialista defende revisão de estratégias para lidar com exclusão social
Lusa
O presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza/Portugal (REAPN), Agostinho Jardim, defendeu hoje, num seminário no Porto, a necessidade de serem revistas as estratégias de intervenção social junto da população mais desfavorecida.
Considerando que os actuais modelos de intervenção social "não respondem às necessidades humanas", Agostinho Jardim frisou que "não basta dinheiro e técnicas", sendo necessário "ir ao encontro da pessoa e criar uma relação afectiva para lhe despertar a vontade de ser feliz e de se integrar na sociedade".
Na abertura do seminário "A pobreza e a exclusão social extrema - contextos, políticas e modelos de resposta", aquele responsável disse ser imperioso evitar a conclusão de que "tanto trabalho e tanto dinheiro gastos deram tão poucos resultados".
O seminário foi organizado no âmbito de um projecto transnacional (Portugal-Itália), denominado "In-Extremis", desenvolvido ao nível da iniciativa comunitária Equal. A nível nacional, o projecto, que começou a ser desenvolvido em Outubro de 2002 e termina em Setembro do próximo ano, tem como objectivo aumentar a eficácia da intervenção social em situações de vulnerabilidade extrema, associadas a temas como os sem abrigo, imigração, prostituição e toxicodependência.
O encontro, que reúne durante todo o dia técnicos de instituições portuguesas e italianas envolvidas no projecto, foi organizado para contribuir para o melhoramento dos recursos e das capacidades de resposta dos técnicos que trabalham com estes públicos.
O coordenador nacional da REAPN, Sérgio Aires, considerou que uma primeira conclusão do trabalho já realizado aponta para a inexistência de uma cultura social. "Daí, o fracasso da maior parte das iniciativas e da dificuldade de convencermos a opinião pública de que se deve combater a pobreza", concluiu.
Sérgio Aires referiu o regresso de "um conjunto de fantasmas", designadamente a ideia de que "os pobres são culpados da situação em que vivem" e que "a pobreza é coisa do destino e portanto não há nada a fazer, a não ser aliviar a dor das pessoas". "Estamos a chegar à conclusão de que falhamos em algum sítio e de que os princípios da partilha e da vida em comum estão postos em causa através de um modelo claramente individualista", acrescentou.
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