Escola EB 2/3 Paulo Quintela
Bragança: pais ameaçam boicotar aulas em protesto contra integração de alunos ciganos
Lusa
A associação de pais da Escola EB 2/3 Augusto Moreno, de Bragança, decidiu ontem à noite que os filhos deixarão de frequentar as aulas se uma turma de etnia cigana for colocada naquele estabelecimento.
Esta é uma das formas de luta que pais e encarregados de educação estão dispostos a adoptar se a Direcção Regional de Educação do Norte (DREN) insistir em transferir para aquela escola cerca de 20 alunos já rejeitados por outros estabelecimentos de ensino.
A oposição ao acolhimento desta turma foi manifestada unanimemente numa assembleia geral, a mais concorrida de sempre desta associação, com a presença de cerca de 150 pais e encarregados de educação dos mais de 500 alunos que frequentam o estabelecimento de ensino.
Os presentes subscreveram o teor da convocatória desta assembleia, que considera um risco maior para o desenvolvimento pessoal e escolar das crianças a integração de uma turma de indivíduos de uma faixa etária superior, entre os 13 e os 18 anos. O que mais preocupa os pais é o alegado historial de criminalidade dos jovens de etnia cigana — alguns dos presentes relataram casos de roubo, agressões e destruição de material.
Para alguns pais, a "integração pretendida para estes jovens é uma fraude", pois, segundo dizem, eles só estão na escola por serem obrigados, de forma a que as famílias possam continuar a receber o Rendimento Social de Inserção (que veio substituir o Rendimento Mínimo Garantido).
As principais críticas da assembleia foram dirigidas à DREN, organismo que acusam de estar a impor esta solução sem atender à falta de condições da escola, tanto em termos de espaço como de recursos humanos.
Os pais questionaram ainda a legalidade do acto de transferência da turma em causa para uma escola que não faz parte do agrupamento escolar a que deviam pertencer os jovens. Segundo alguns dos presentes, aos seus filhos já foi recusada a transferência para outras escolas por este motivo.
Para Vítor Alves, da associação de pais, esta transferência compreende-se ainda menos quando já passaram três meses do início do ano lectivo, já que irá obrigar a uma paragem de pelo menos duas semanas nas aulas para reorganizar o funcionamento da escola.
A assembleia sugeriu que seja encontrada outra alternativa para estes jovens, nomeadamente pela via da formação profissional, visto que os currículos que seguem são diferentes do restante ensino. Todas estas questões ficaram expressas num texto acompanhado de um abaixo-assinado, que seguirá hoje para a DREN e que rejeita liminarmente a integração da turma na escola.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário